Voltei

Não sou psicanalista ainda, mas sempre gostei de analisar as pessoas, sempre tive a curiosidade pelo estudo do comportamento humano, ou melhor, dos diferentes e variados comportamentos. Descobri há mais ou menos um ano que a Psicanálise é um curso livre, que qualquer pessoa interessada pode estudar, se afiliar a uma associação ou um conselho informal e clinicar. Logicamente, após muita pesquisa vi que o estudo é vasto e que existem os charlatões em todas as áreas, daí os tantos e tantos cursos oferecidos na internet com diversas cargas horárias, oferecendo certificados de Psicanalista, apenas digitando “curso de psicanálise” no Google. Certamente que eu não queria qualquer curso, procurei por um curso sério, que exige nível superior e que dura três anos. Os cursos de Psicanálise que nos capacitam de fato a clinicar como terapeutas são os que utilizam a abordagem do tripé teoria/análise/supervisão, proposto por Sigmund Freud, o “pai” da psicanálise. Me matriculei e, a cada aula, cada vídeo, cada filme e leitura, mais me apaixono pela teoria que Freud tentou chamar de ciência, porém sem êxito, já que não haviam experimentos suficientes para tornar a Psicanálise uma ciência. Cada caso difere do outro e os meios e técnicas, embora sejam os mesmos, precisam ser adaptados ao discurso do paciente. É a chamada “cura pela fala”, na qual o paciente fala livremente sobre o que lhe vier a mente, sem censuras, espontaneamente, sem se importar se é algo insignificante ou se é algo considerado sujo ou impróprio. Assim, a partir desta conversa, o analista vai costurando as palavras, os erros na linguagem, na comunicação. Vai interpretando os sonhos, as metáforas, entendendo como aquele indivíduo vê o mundo e também como vê a si e aos outros. Neste processo, vai se observando certos caminhos que levam ao inconsciente, maior objeto de estudo da psicanálise e grande descoberta de Freud. O tripé citado aqui constitui-se de: 1) estudar a teoria através de aulas e livros, filmes e casos; 2) passar por terapia psicanalítica pelo menos por 40 horas e 3) atender a pacientes com supervisão de um psicanalista experiente por alguns meses. Só assim, segundo Freud, alguém pode atrever-se a se intitular Psicanalista e clinicar. A responsabilidade é muita, afinal há que se lidar com pessoas e seus problemas emocionais, suas neuroses, fobias, problemas mentais. O psicanalista deve saber quando indicar a seu paciente que procure um médico psiquiatra e entender que a psicanálise não se propõe a curar, mas sim a lidar melhor com os conflitos internos. As diferentes maneiras que Freud e seus sucessores nos ensinam a entender esta dinâmica são fantásticas. O ser humano é mesmo uma caixinha de surpresas. Muito interessante e bem conveniente mesmo é quando começamos a nos identificar com as descobertas em nosso inconsciente e ver que fazem todo sentido, após cada sessão de análise às quais precisamos nos submeter. Sim, já que é fato a afirmação de que um psicanalista não vai conseguir analisar um paciente além de até onde ele mesmo foi analisado. Por enquanto, continuo num tipo de primeiro amor com a psicanálise. Sei de pesquisas que são contrárias e de outras que até aceitam a teoria porém a julgam muito demorada. No entanto, acredito que continuarei a estudar e a gostar desta nova atividade que se apresenta a mim já após uma vida como Relações públicas, militar e Jornalista, sempre tendo como hobby, o interesse e estudo em Psicologia, programação neurolinguística e comportamento humano. Mas, agora, depois dos 50 anos de idade, estou me conhecendo mais, e o melhor, me desafiando neste novo ofício que pretendo aprender. E por que não escrever sobre tudo isso? Esta é a razão, finalmente, pela qual, volto a este blog. Quero contar tudo, falar sobre o que gosto e aprendo, sempre quis, mas agora sinto-me motivada, além de possuir mais tempo. Eu sempre acreditei que devemos amar o que fazemos e, por isso precisamos fazer o que amamos. Voltei.

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