Amor e crueldade

A tristeza de um amor destruído não é maior do que a mágoa da crueldade do amado perdido. Quem se vai, faz uma escolha. Quem fica, aceitou a escolha do outro. Mas existem aqueles que se vão e sentem falta e aí voltam. O que ficou, de novo aceita a escolha do outro, só que agora ele tem o direito de escolher não aceitar. Mas o amor perdoa, supera. A crueldade está em voltar, dizer amar e nem saber o que está fazendo. Voltar atrás. Pior que isso, por conta da culpa que sente de deixar aquele ex sofrendo, a pessoa ataca. Ela quer achar uma culpa em quem deixou para o fato de não mais amá-lo. E tem uns que não se confomam, sentem tanta culpa que cometem crueldades como procurar incansavelmente algo que denigra a imagem do outro. Ou o ameaça por mero desejo de que aquele sofrimento seja por ódio, não por amor. Existem aqueles que ficam obcecados com isso. Tanto que, ao ver o ser deixado melhorar, se levantar e finalmente se reencontrar feliz, ao invés de se satisfazerem, revoltam-se. Eu acho que esses casos não são de amor, e existem muitos assim. O amor não é cruel, quando um amor verdadeiro é desfeito, fica a tristeza da falta do outro. Fica a saudade. Com culpa ou sem culpa. Voltando ou não voltando. Porque o amor verdadeiro sempre quer bem. Mas este amor também pode ser destruído, mas nunca acabado. Ele quebra, fica jogado num canto do coração, envelhece, cria rugas e ferrugem. Mas não acaba. Amor de verdade nunca acaba. E também nunca é cruel.

Comentários

  1. Entendo que o amor não é cruel. Só faz o bem, ainda que sofra sozinho, porque o outro resolveu seguir sua estrada acompanhado por um novo amor. O amor não pede em troca. Dá apenas. O amor é um sentimento singelo, puro, tranquilo. Concordo que a crueldade está em voltar, dizer amar e nem saber o que está fazendo. Acredito que isso seja posse, domínio, carência ou qualquer outro sentimento que não combina nem um pouco com o amor. Claro que quem ama e não é amado sofre, mas até este sofrimento se cala perante a grandeza de ver o outro feliz.

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